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Cinco países lusófonos melhoram e três pioram no índice de corrupção

28.01.2021
Cinco países lusófonos melhoram e três pioram no índice de corrupção

Segundo o Índice de Perceção da Corrupção (IPC), Angola passou de 26 para 27 pontos, o que lhe valeu uma subida de quatro lugares na lista, ocupando agora a posição 142 (146 em 2019), e registando progressos pelo terceiro ano consecutivo.

A Guiné-Bissau também ganhou um ponto e subiu três lugares, da posição 168 para a 165, indica a edição de 2020 do índice que avalia a perceção da corrupção no setor público de 180 países, pontuando-os de 0 (percecionado como muito corrupto) a 100 (percecionado como muito transparente). 

São Tomé e Príncipe subiu da posição 64 para a 63 e conquistou 47 pontos, enquanto Cabo Verde se manteve na posição 41.ª com 58 pontos, consolidando a sua posição de terceiro país com melhor classificação na África subsaariana, a seguir às Seicheles (66 pontos) e ao Botsuana (60 pontos), que ocupam respetivamente as posições 27 e 35 do índice.

Cabo Verde e São Tomé e Príncipe continuam a registar pontuações acima da média dos países da África subsaariana, a região com pior prestação no IPC.

Moçambique a descer

Já Moçambique perdeu um ponto, passando de 26 para 25, e caiu três posições, de 146 para a 149, depois de no ano passado ter subido 12 posições.

As maiores subidas entre os países que falam português foram registadas pelo Brasil, que com 38 pontos subiu 12 lugares, passando da posição 106 para 94, e Timor-Leste, que conseguiu 40 pontos e uma subida do 93.º para o 86.º lugar.

Portugal perdeu um ponto, passando de 62 para 61, e caiu da posição 30 para a 33. A Guiné Equatorial manteve os 16 pontos do índice anterior, mas perdeu um lugar e passou para 174.º em 180 países da lista.

Globalmente, Dinamarca e Nova Zelândia partilham o topo da tabela, com 88 pontos, seguidas da Finlândia, Singapura, Suécia e Suíça, com 85. Síria (178), Somália (179) e Sudão do Sul (180) ocupam os últimos lugares da tabela, com 14 e 12 pontos respetivamente.

O Índice de Perceção da Corrupção, da Transparência Internacional, criado em 1995, é um dos principais indicadores à escala mundial sobre a perceção da corrupção no setor público de 180 países. Reflete a perceção de especialistas e empresários e não da população em geral.

Apropriação indevida de fundos

O relatório deste ano destaca o impacto da corrupção nas respostas governamentais à Covid-19, comparando o desempenho dos países no índice com o seu investimento em cuidados de saúde e analisando em que medida as normas e instituições democráticas foram enfraquecidas durante a pandemia.

A crise do ano passado revelou riscos de corrupção e apropriação indevida de fundos de emergência na África subsaariana. "Em toda a região, a pandemia evidenciou lacunas estruturais nos sistemas de saúde, riscos de corrupção associados a concursos públicos e a apropriação indevida de fundos de emergência", aponta a Transparência Internacional. 

No relatório refere-se que o choque económico causado pela pandemia provocou protestos em países como a África do Sul, Angola ou Zimbabué, originados pelo aumento do custo de vida, pela corrupção e pelo mau uso generalizado de fundos de emergência.

"Na África do Sul, uma auditoria às despesas com a Covid-19 revelou preços inflacionados, fraudes e corrupção", indica o relatório, apontando também denúncias de açambarcamento de medicamentos na Nigéria.

Crise da Covid-19 também é de corrupção

"A Covid-19 não é apenas uma crise de saúde e económica. É uma crise de corrupção que não estamos atualmente a conseguir gerir", disse Delia Ferreira Rubio, presidente da organização Transparência Internacional.

"O ano passado testou os governos como nenhum outro e aqueles com níveis mais elevados de corrupção têm sido menos capazes de enfrentar o desafio. Mas mesmo os que estão no topo do índice devem abordar urgentemente o seu papel na perpetuação da corrupção a nível interno e externo", acrescentou. 

Os países com bom desempenho no índice foram os que investem mais em cuidados de saúde, revelaram-se mais capazes de proporcionar uma cobertura de saúde universal e menos suscetíveis de violar as normas e instituições democráticas ou o Estado de direito.  

Fonte: DW

Imagem: Transparency International

Leia o Relatório completo aqui.

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